A História da Tecmedia

2001 (Parte 1): O Retorno para Tubarão – EP. #013

Eder Cachoeira
Escrito por Eder Cachoeira em 24 de março de 2019

O que você faria se tivesse uma segunda chance e pudesse recomeçar um projeto do zero? Alguma coisa que não deu certo na primeira vez, mas que agora você pode corrigir os erros, e fazer tudo diferente. Foi mais ou menos isso que aconteceu comigo, no retorno para Tubarão. Deixa eu te contar melhor o que realmente aconteceu…


O retorno

No final do ano 2000, voltei para Tubarão e reestruturei o escritório da Tecmedia. Aluguei uma sala bem no centro da cidade, em um edifício comercial chamado EJB, fui contratando pessoas e montei uma equipe totalmente nova, e, de certa forma, inexperiente. Com um detalhe: 90% da nova equipe era composta por mulheres, e a maioria eram minhas alunas, ou ex alunas.

A equipe

Lembra que nessa época eu era professor no SENAC? Isso facilitou bastante o recrutamento e seleção de novos talentos para trabalhar comigo na Tecmedia.

Além da ‘mulherada’, o Ricardo, aquele meu outro primo, que havia sido o segundo estagiário da empresa, foi uma das minhas primeiras contratações, nessa segunda fase da Tecmedia. Com exceção dele, que já tinha trabalhado com programação web, o restante da equipe não sabia quase nada sobre internet.

A capacitação

O que eles conheciam era lógica de programação, linguagem Pascal, e o básico de HTML, JS e CSS, que era justamente o que eu ensinava no SENAC, no curso técnico de informática. Sendo assim, eu tinha que percorrer um longo trajeto, para deixar aquele pessoal pronto pra trabalhar com projetos maiores.

Porém, não dava pra manter um estagiário, por mais inexperiente que fosse, só aprendendo o tempo todo. Por isso, entre um livro e outro, eu distribuía tarefas práticas (projetos reais) pra essa galera, e acompanhava a evolução de cada um.

Programadores web

Geralmente depois de uns 6 meses, os estagiários eram contratados como programadores web, e estavam mais independentes, conseguindo assumir responsabilidade maiores nos projetos. Foi assim durante vários anos: a gente contratava, treinava e a equipe ia crescendo.

Outro detalhe que ajudava na contratação e na retenção dos colaboradores, é que existiam pouquíssimas empresas que tinham demanda por programadores web. A maioria dessas empresas ainda trabalhava com programação desktop (Delphi, Dataflex, Visual Basic, etc). Então a mão de obra que a gente formava, a princípio, não interessava pra elas, salvo alguns casos, de concorrentes diretos, aqui da região.

Com o escritório montado, e a equipe formada, logo de cara já fechamos alguns projetos. Projetos bem interessantes por sinal. Mas antes de falar sobre eles, deixa eu confessar uma coisa aqui: mesmo com essa segunda chance, eu acabei não fazendo um planejamento estratégico decente.

Planejamento?

Aquele erro que eu disse que cometi lá no início da empresa, não definindo objetivos, não traçando metas, não prevendo gastos, quase se repetiu. Mas, súm instante, me ouve, antes de julgar… antes de falar que insistir no erro é burrice…

Quando eu decidi realmente pedir demissão da Eliane e reabrir o escritório da Tecmedia em Tubarão, comecei a planejar como seria esta nova etapa da empresa.

Ainda lá em Cocal do Sul, geralmente nos intervalos do almoço, eu trabalhava em um ‘pseudo plano de negócios’, pra organizar esse retorno. Fiz uma breve pesquisa de mercado, reformulei a nossa logomarca, fiz uma lista de clientes em potencial, e projetei o quanto precisaria de recursos financeiros para reativar o escritório, A noite, eu procurava adiantar as negociações com os alunos, e já ia identificando quais eu poderia levar pra Tecmedia.

Neste caso, não considero que foi um completo ‘tiro no escuro’, essa segunda etapa da empresa. Entretanto, o correto mesmo, era fazer um planejamento a curto, médio e longo prazos. E isso, eu realmente não fiz.

Os primeiros projetos

Falando dos projetos que a gente fechou nesse reinício de operações, a primeira demanda que tivemos foi um site de e-commerce. Isso que estou falando lá do ano de 2001.

Desenvolvemos uma loja virtual totalmente customizada, ou seja, programamos praticamente tudo no site. Desde o catálogo de produtos até o carrinho de compras, cálculo de frete, integração com entidade financeira, que no caso, foi com o sistema da Caixa Econômica Federal. Até a parte de preparação de fotos dos modelos usando produtos da empresa, a gente organizou.

Agora você imagina o trabalho pra gente fazer a integração da parte de pagamento online, com a Caixa, sendo que existiam pouquíssimas empresas e bancos utilizando esse tipo de solução naquela época. Porém, fomos até o final. e quase tudo funcionou bem.

Não funcionou!

Eu digo ‘quase tudo’ porque o cliente desistiu do projeto um pouco antes de colocarmos o site no ar. O motivo? O cliente não estava preparado para administrar a logística da uma loja virtual, ou seja, ele não conseguiu se organizar para dar conta do recebimento de pedidos e da entrega dos produtos do site de e-commerce.

Tentamos a todo custo convencer o cliente a continuar com o projeto, mesmo que fosse de uma forma discreta, crescendo e aprendendo gradativamente, mas não teve jeito. Eles preferiram abandonar a ideia, sem previsão de retomada.

O aprendizado

Essa situação foi ruim para os dois lados, Pra nós, como agência, que não vimos o resultado efetivo do nosso trabalho, e para o cliente, que fez um investimento e não teve o retorno esperado. Contudo, nesse contexto, foi a decisão certa a ser tomada, porque se o site fosse pro ar, com o cliente despreparado, as coisas poderiam ficar bem complicadas.

Isso tudo também serviu de experiência para ambos. A nossa evolução técnica, com esse projeto, foi super importante, e o site, mesmo não finalizado, abriu portas para outras empresas investirem em e-commerce, na região. Desenvolvemos várias outras lojas virtuais durante todo esse tempo que estamos no mercado. Vou falar sobre esses projetos mais pra frente.

https://youtu.be/dg27L6wPWqE

No próximo episódio

No próximo artigo, vou falar também sobre um outro cliente, que voltou atrás sobre um acordo firmado, e que nos gerou um prejuízo enorme, fazendo com que entrássemos em uma crise financeira bem complicada.

Também vou falar sobre o convite que recebi para ser professor em uma universidade aqui de Tubarão.

Acompanha aí que ainda tem muita coisa legal!

Participe!

Agora vou fazer aquela pergunta pra você interagir com o assunto deste artigo: Qual a sua experiência com e-commerce? Você ou a empresa que você trabalha tem ou já teve uma loja virtual? O resultado foi satisfatório?

Responde aí pra mim!!

Comenta aqui embaixo!

Te agradeço muito por estar me acompanhando!!!

Um grande abraço, e até o próximo papo!!

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